Meu destino desfocado

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América Latina

sexta-feira, 18 de março de 2011

Um dia em Colônia do Sacramento

Dia 21
Colônia do Sacramento
pseudoturistando

Pense numa cidade fofa.
Colônia do Sacramento é talvez a cidade mais adorável que eu já conheci.
A cidade, que foi motivo de grandes disputas no passado entre Portugal, Espanha e Argentina, tem um ar colonial super agradável.
Reservei minha quarta feira pra conhecer a cidade (um dia é suficiente para conhecê-la).
Eu tinha um mapa da cidade, mas ignorei-o e me pus a andar pela General Flores. Cheguei até o rio e vi que estava perto de uma área bem turista. Vi uma construção que me chamou a atenção e resolvi entrar: Museu do azulejo (óbvia influencia portuguesa). A pessoa que me atendeu me aconselhou a comprar o ingresso unificado pra 5 museus, que custava 50 pesos uruguaios. Esse ingresso, no entanto, era adquirido no Museu Municipa, localizado a duas quadras de distância. Fui até lá, comprei o ingresso e comecei no Museu Municipal mesmo. O museu tem diversas salas e apresenta desde louça, mobília e vestuário, até ossos de animais encontrados na região. Foi interessante, mas assumo que a vontade de fazer xixi apressou minha saída do museu. Não havia banheiros ali, então tive que sair em busca de um restaurante.
Saí do museu e fui usar o banheiro e almoçar. Pedi uma tortilla de papas com salada mista (nada de carne). O restaurante onde almocei era em plena praça principal. Já eram duas da tarde e enquanto almoçava observavva os transeuntes e as árvores, as ruas de paralelepípedo e os pássaros. Foi um almoço bem agradável.
Segui, entào, para o Museu do Azulejo. Nome bem colocado no singular "Azulejo", já que é super pequenininho e não tem quase nada. São três salinhas com azulejos antigos e nenhuma informação relevante (e tudo em espanhol). Eu me arrependeria de ter ido se tivesse pago um valor apenas para aquele museu específico.
Caminhei mais um pouco e fui ao Museu do Índio. Esse era mais interessante, mas não se sabe muita coisa sobre os índios nativos do uruguai, já que foi um genocídio completo, e hoje você não encontra nenhum traço indígina na população.
Saí do Museu do Índio e prefiri andar pelas ruas de Colônia, cheguei até o mar, me perdi pelas ruas e me encantei pela cidade.
Subi o Farol e pude ter uma vista panorâmica da cidade e de algumas ilhas do Rio da Prata.
Os museus fechavam às 4:30, já eram quatro e tantas e desencanei de ir em outros. Fiquei sentada na Praça escrevendo e atualizando meu blog (adoro redes sem senha!).
Passei no mercado e peguei o  último ônibus a Juan Lacaze, às 18:30. Cheguei à Granja de Juan decidida a fazer pastel. Nunca fizera pastel na minha vida, mas tenho alguma confiança no site Tudogostoso e em mim, assim que comprei os ingredientes necessários e coloquei, literalmente, a mão na massa.
Substituí a aguardente por vinagre (claro que não tirei isso da minha cabeça, mas do site), e deu certo.
Quando Juan chegou do trabalho já estava recheando os pasteis e ele os fritou. Ficaram uma delícia, o que é muito positivo pra minha fama e boa cozinheira (acredite ou não, ela existe no Uruguai).
Por que pastel?
No primeiro dia que eu conversei com o Juan ele me mostrou coisas  que outros viajantes deixaram pra ele. Uma dessas coisas era rapadura, deixada por peruanos, obviamente tinha outro nome, e era diluída na água e feita suco. Uma coisa levou a outra, eu comentei com ele do tradicional pastel com caldo de cana e me propus a fazer.

Enquanto comíamos disse a Juan que pretendia dormir na praia aquela noite. Ele, no primeiro dia, havia dito que tinha feito isso diversas vezes com os cs, e como a noite estava agradável, topou na hora.
Quando falei "dormir na praia" pensei em levar meu saco de dormir e pronto.
Quando vi, estavam em cima da lambreta o Juan, uma barraca, um colchão de casal (colchão mesmo, não inflável), mochila com água, papel higiênico e cobertor.
Nem precisei do meu saco de dormir. Subi na lambreta e fomos até a praia, acompanhados de Bandido (o cachorro). O rapaz montou a barraca e logo foi dormir (trabalhava no dia seguinte).
Eu me deitei fora da barraca, na canga, acompanhada daquele cão carentíssimo, que não me deixava meditar, empurrando minha mão com a cabeça, pedindo carinho.
Fiquei um tempão olhando a lua e algumas estrelas que apareciam, apesar das nuvens, pensando na minha viagem, nas pessoas e em mim mesma.
Entrei na barraca e dormi bem até de manhã.

Um comentário:

  1. Ai... lembro que conheci um português lindo em Colonia... saudade... rsrsrs

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