Meu destino desfocado

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América Latina

quinta-feira, 17 de março de 2011

Sábaado em Montevidéu

Dia 17
Montevidéu


No dia anterior pensei em tirar o sábado para andar sem rumo pela capital. Imaginem Montevidéu como uma cidade de orla extensa, beirando o Rio da Prata. As ramblas (avenidas na orla) me paqueravam desde que cheguei na cidade.
Acordei sem pressa e levantei com Pablito me oferecendo biscotchos quentinhos (biscotchos são como mini-croissants recheados, doces ou salgados) e tarta de ricota. Levantei e tomamos café juntos. Ocupei as primeiras horas do meu dia colocando minhas fotos na internet. Eu tive a genial idéia de entrar na página do Acer (marca do meu netbook) e baixar o dispositivo do leitor de cartão, aparentemente a coisa mais óbvia, porém a única que eu ainda não havia feito. Feliz da vida, organizei minhas fotos e comecei a colocá-las no meu álbum de fotos do picasa.
Quando comecei a me arrumar pra sair, chega Pablo à sala com óculos e tubo de snorkel. Perguntou-me sobre minha programação, ao que lhe disse que iria até a praia. Disse que ele iria mergulhar perto ali de casa, onde há umas pedras, e me convidou para ir com ele.
Pessoa de sorte que sou, além de estar muito bem acompanhada, estava hospedada num lugar excelente, próximo ao rio. Andamos até o rio, passando por um dos vários clubes de pesca, e chegamos, por algumas rochas, no Rio da Prata.
Sei que para muita gente isso não quer dizer muita coisa, mas para mim foi muito massa entrar num rio sobre o qual li nos livros de história e geografia.
Ali onde estávamos há peixes, mas eu só vi os pequenininhos. A água do rio é marrom, então não dá pra ver muita coisa, mesmo com os óculos.
Fiquei um tempo na água, e depois de me secar numa pedra, deixei Pablo com seu caderno de poemas e fui caminhar pelas ramblas. Andei alguns quilômetros até que me deu fome e comecei a buscar algo pra comer. A única coisa aberta que vi foi um posto, mas estava com vontade de comer comida, não beliscar coisas de conveniência de posto, então continuei andando.
A poucas quadras dali vi um M amarelo e uma seta apontando para a esquerda. Meu mapa apontava que ali perto havia um shopping, o  M me serviu não para me levar o Mc Donald’s, mas à praça de alimentação do Shopping Carretas, onde comi comida mexicana (vegetais e queijo, eu estou num processo de desentendimento com a carne).
Comi no shopping, resisti olhar as vitrines (low budget e poucos espaço no Zeca facilitam muito a compulsão por compras), e saí do shopping em direção a uma praça onde havia feiras aos sábados. Claro que às 5 da tarde já não tinha mais nada, então ao olhar pro céu e ver aquelas nuvens carregadas se fechando sobre a minha cabeça, acompanhadas de um barulho que em São Paulo me é bem familiar, voltei andando –rápido- pra casa.
Cheguei sequinha e foi entrar em casa que a preguiça caiu sobre mim. A temperatura caíra consideravelmente, e aquele céu cinza fez com que eu adiasse a minha ida à casa de Ivonne, colombiana residente em MVD, que estava na mesma casa que eu em La Pedrera. Combinamos, então, de nos encontrarmos mais tarde para ir dançar salsa.
Andreé e Efuka saíram de casa e foi minha chance de retribuir a boa estadia e boa comida, e propus a Pablo fazer pizza enrolada. Ele gostou da idéia, sugeriu eu chamar as colombianas, e fomos ao supermercado comprar os ingredientes.
Pablo, além de ótimo anfitrião, é também excelente ajudante de cozinha. Minha falta de vergonha, junto à dele, fez com que enquanto eu preparava a massa, dançássemos na sala ao som de música uruguaia. Saíram 3 pizzas: queijo com salame; requeijão,cogumelos e azeitonas e queijo com requeijão e orégano.
A  minha falta de entendimento com o forno fez com que elas não atingissem o ponto certo. De qualquer maneira, pra quem nunca tinha comido, estavam muito boas (eu que sei como sai a pizza da minha mamãezinha). As colombianas não pararam de elogiar e agradecer o convite.
Gastón também se juntou a nós, e, como não podia deixar de ser, foi uma noite em que conheci a música colombiana e mais profundamente a música uruguaia.
Depois de comermos e ouvirmos músicas dos dois países, Gastón pegou o violão e começou a tocar Leãozinho, do Caetano, que tocou com perfeição.
Eu tenho essa coisa de ser atraída (no bom sentido) por músicos. Encontrara o perfil do Gastón e por ele ser músico mandei um pedido de couch a ele. Músicos normalmente são buena onda, e minha teoria se sustentou ao conhecê-lo.
Tocamos algumas músicas e pra mim foi muito emocionante cantar “Volver a los 17” com ele tocando, a versão igualzinha à da Mercedes Sosa com o Milton. Ainda por cima meu sotaque recebeu elogios J
Estar numa cidade estrangeira com pessoas (locais ou não)com quem compartilho o que há de positivo em nós  é exatamente o objetivo da minha viagem.
As colombianas foram embora às 2:30 da manhã e acabamos nem indo pra salsa. Não perdi absolutamente nada.
Gastón, eu, Pablo, Ivonne e Adriana

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