Meu destino desfocado

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América Latina

sexta-feira, 18 de março de 2011

Chegada a Colônia e a fazenda


Dia 19 (chegando a Colônia e a fazenda) 
Granja de Juan Daniel, Uruguai
Fugere urbem


Devo assumir que gosto do fato de eu não ter problemas pra dormir.
Entrei no ônibus da empresa Turil a Colônia às 14:30, e antes das 15 dormi. Acordei já na cidade, e só porque o funcionário da empresa gritou o nome de uma das avenidas, aparentemente ponto de descida de muita gente. Desci em Colônia as 16 e pouco e abraçada  pelo Zeca parti em busca de um almuerzo.
Tinha que fazer hora até as 18:30, quando então tomaria um outro ônibus para a granja de Juan Daniel. Andei, algumas quadras até um restaurante que me pareceu agradável. Os preços não eram  os mais baratos, mas tinha uma promoção de chivito, e foi esse mesmo que eu comi. Um chivito, um copo de refrigerante e um sorvete por 189 pesos. Comi bem, mas sobrou muito. O chivito é muito grande, e vem acompanhado de fritas. Comi metade da porção de fritas, dispensei o pão do chivito e comi só a carne e a salada (o refri e o sorvete também consumi).
Passei no  mercado pra comprar  comida pra casa e fui pegar o ônibus.
Juan Daniel é uma das pessoas mais experientes do couchsurfing que conheço. Ele já hospedou centenas de pessoas, e todas lhe deixaram referências super positivas, então nem hesitei em pedir hospedagem a ele.  O fato de ele morar numa fazenda afastada da cidade nem por um segundo me incomodou.
Pedi ao motorista, conforme Juan me havia orientado, que me deixasse na Granja de Juan Daniel. Em pouco mais de meia hora desci em frente a um portão de madeira, de onde se via, ao fundo, uma casa e um estaleiro.
O portão estava com corrente e não havia campainha nem ninguém ao redor. Fiquei olhando pra casa, a casa olhando pra mim, até que ouvi um latido, que torci ser de um cão manso. Continuei no meu lugar até que, poucos minutos depois, ouvi “Juliaaaa”, ao que respondi “Juaaan!”
A cena poderia ter sido de novela mexicana: Juan Daniel celebra a volta de sua amada, Julia Esmeralda. Mas estávamos no Uruguai e meu nome é só Julia, graças a mamãe e papai.
Fui muito bem recebida por Juan e El Bandido (seu cão). Coloquei minhas coisas no  quarto reservado a mim (com cama de casal!) e logo que voltei a cozinha Juan me disse que queria me mostrar a praia. Pegou sua garrafa térmica, seu copo com mate e fomos em sua lambreta  até a praia (de rio).
Eu nunca tinha andado de lambreta na minha vida. Eu morria de medo de andar de moto e coisas do gênero, mas de repente me vi na garupa da lambreta do Juan, passando por meio de vacas leiteiras, rumo à praia. Já passava das 7 da noite e fomos contemplar o pôr do sol numa praia deserta, com acesso apenas das fazendas.
Senti-me bem uruguaia, naquela tranqüilidade, tomando mate e vendo o pôr do sol. Eu estava sentada na areia de lado pro mar. A cidade de Colônia estava atrás de mim.
No meio da nossa conversa Juan disse: “Vira de costas. Tá vendo aquela luz vermelha? É Buenos Aires.”
No horizonte se via uma luz vermelha piscando, e uma grande luminosidade rosada, das luzes da cidade aonde eu iria dali a alguns dias.
Depois de algum tempo conversando e tomando mate, voltamos pra casa debaixo de uma lua crescente que era a única iluminação do campo. Tomei um “banho”, Juan nos fez uma sopa e depois comemos sobremesa (Dulce de leche com galletas y banana), conversando a luz de velas na sala. Fui me deitar cedo porque estava cansada, e Juan tinha que acordar às 6 para ir pro trabalho

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