Dia 20
Granja de Juan Daniel
queimada de sol
Hoje foi um dia inédito.
Acredito que ao longo da minha viagem vou ter a oportunidade de experimentar várias coisas que em São Paulo seria impossível. Hoje foi um dia desses. Não se preocupem, pois não me interesso por nada que faça mal a minha saúde.
Quer dizer... Mais ou menos.
Acordei às 11, depois de uma noite muito bem dormida numa cama de casal só pra mim, quentinha e cheirosinha.
Ao acordar tomei meu café e conheci o pai e o tio de Juan Daniel, seu Juan Carlos e seu Aldo, que moram em Juan Lacaze (sei, são muitos Juans na história), uma cidade a 15 minutos da fazenda.
Depois de um papo com eles (do qual muita coisa eu não entendi, já que eles falam super rápido, com sotaque do interior), arrumei uma mochila com água, canga e protetor solar, fui de calça e jaqueta pedalando a bicicletinha que estava disponível até chegar na praia.
Nem me dei o trabalho de trocar de roupa.
Batia um vento fresco mas eu sabia que quando chegasse à praia, quase ao meio dia, eu conseguiria tomar um sol e uma cor.
Tomei uma cor demais em um lugar que não via sol há muuuito tempo.
Conforme mencionado anteriormente, eu estava numa praia particular. Foi Juan mencionar nisso e eu logo pensei: nudismo.
Sinceramente, o único motivo de as pessoas usarem roupas de banho é por causa da sociedade. Claro que isso nos é imposto desde muito cedo, então pensar estar numa praia com outras pessoas sem biquíni deve ser considerado coisa de gente doida.
Pois bem... As regras da sociedade mudam em alguns lugares. Por exemplo, na Alemanha: Eu já havia feito nudismo no Englishcer Garten, em Munique, numa área reservada para nudistas, claro. Na época pensei que seria algo interessante, que em Santos eu não poderia fazer, então fiz. E gostei, claro.
Ali na praia do Juan era ainda melhor, porque não tinha absolutamente ninguém, logo, a “sociedade”era eu, e eu queria ficar livre livre. Por isso estendi a canga e deitei com tanta roupa quanto vim ao mundo. Fiquei deitada de bruços, lendo meu guia e preparando um roteiro pra Patagônia.
Não apareceu ninguém, eu fiquei numa boa e tudo teria sido perfeito não fosse um detalhe: esqueci de passar protetor solar.
Meu bumbum não via sol há muito tempo, então era branquinho branquinho (difícil de acreditar, tendo em vista minha adquirida cor de jambo). Mais tarde senti tudo arder e está até agora da cor do capeta. Mas já passa.
Voltei pra casa quando me deu fome e comi um super sanduíche que Juan tinha preparado pra mim, pra quando eu chegasse na noite anterior. Como eu disse que não tinha muita fome à noite, comemos a sopa e ele disse pra eu comer o sanduba no dia seguinte.
Depois de alimentada me deu um sono e eu dormi até que Juan chegasse do trabalho.
Chegou dizendo que tinha duas surpresas pra mim: uma doce e uma salgada.
A salgada: um peixe típico da região, de uns 3 a 4 quilos
A doce: um pote de 5 litros de sorvete (chocolate, doce de leite e creme de whisky)
As surpresas tiveram origem na conversa da noite anterior. Não imaginava que ele fosse chegar em casa com aquilo tudo, mas enfim... Ele assou o peixe na fogueira, fizemos um risoto com batata e lentilhas, e de sobremesa tomamos sorvete.
Juan é o tipo de pessoa que faz de tudo para te fazer sentir em casa. É aquela pessoa que fica feliz vendo que você está confortável e bem alimentado- e eu tava os dois. Eu queria retribuir. Sabe aquele ditado : “Gentileza gera gentileza”? Eu já sabia o que faria no dia seguinte.
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