Meu destino desfocado

Meu destino desfocado
América Latina

domingo, 6 de março de 2011

Sábado de Carnaval

Dia 10
La Pedrera, Uruguai  
Estado: Ótima e animada para o carnaval.

Depois de fazer o check out no hostel em Valizas fui até a praia com Ana, minha compranheira de quarto, onde ela me ensinou (ou tentou ensinar) a jogar truco (que é diferente do truco jogado em São Paulo). Depois voltei ao hostel para pegar minha mala, e adivinha: estavam no quintal os bicicleteiros, quem, à propósito, eu não tinha mais encontrado.
Cheguei em La Pedrera as 6:30 da tarde e caminhei pela rua principal até dar com a praia. No meu caminho, que era de poucas quadras, trombei, literalmente, com Renata, a capixaba que estava no ônibus de Porto Alegre a Chui.
 O que vi a chegar à costa foi uma imensidão de azul abrindo os braços de boas vindas. Fiquei encantada. Por uma hora fiquei sentada num banco em frente ao mar, numa parte que não há praia propriamente dita, mas rochas, lendo e fazendo hora até chegarem as pessoas de Montevideo.
Na hora marcada estava em frente à agência da CYNSA, uma companhia de ônibus. Vários ônibus da mesma companhia chegavam ao mesmo tempo de Montevideo. Eu não conhecia pessoalmente as pessoas que estava esperando. Na verdade, não sabia nem quantas pessoas eram, e só havia conversado, pelo site do couchsurfing, com um rapaz, Martin, e achava que me lembrava de sua foto.
As pessoas desciam do ônibus e nem sinal do tal uruguaio/alemão. Desceram do  outro lado da rua um casal e mais um rapaz, que me pareceu familiar. Ficaram olhando a mim e a Zeca com aquele olhar de “Será que é ela?” e eu esperei até o aceno de Martin para identificar-me. Vieram até mim o casal, Martin e mais um homem, com cara de alemão. Nos comprimentamos como se já nos conhecêssemos a muito tempo e logo veio a dona da casa que alugamos nos encontrar. Andamos duas quadras e chagamos a uma casa de madeira octagonal bastante acolhedora.
Agradeci imensamente a confiança que Martin me depositara, e ele me agradeceu por ter comprido meu compromisso.
A história foi a seguinte: Vi no grupo de Montevideo que algumas pessoas de lá queriam alugar uma casa pro carnaval. Logo me interessei,entrei em contato e me comprometi a vir. Acontece que eles teriam que dar o dinheiro adiantado, e eu não tinha como passar o dinheiro do Brasil pra eles. Escrevi, então, a Martin, explicando a situação. Ele viu meu perfil do CS, onde cumpro os quisitos que fazem de mim, ao ver do site e das pessoas que me conhecem, uma pessoa de confiança.
Martin teria que pagar 210 dólares correspondente à minha parte e tudo em que confiou foi meu perfil e minha palavra.
Ele pagou, eu cumpri minha palavra e é nesse círculo de confiança que eu gosto de lembrar que vivo.
Mais tarde chegaram mais três pessoas. Hoje e amanhã devem chegar mais. Por enquanto somos: Eu, Martin, Wolfgang e Möritz (alemães, residentes no Uruguai), Patrícia, Glória, Lucía e Nico.
Ontem quando descobriram que eu falo alemão foi uma comédia. Porque ficávamos os 4 intercalando o castellano e o alemão, foi bem confuso. Todos eles falam muito bem castellano, então preferimos adotar só essa língua.
Ontem a noite saí para comer com Wolfgang e Martin, e aí falamos alemão, o que foi ótimo pra  desenferrujar.
Mais à noite saímos fomos todos juntos a um restaurante, comemos pizza e conversamos. Foi uma noite agradável e me parece que todos aqui são “buena onda”.
Hoje ainda não saí de casa. O sol está muito forte, embora já sejam quase 5 da tarde. Mais tarde vamos à praia, há um show na areia, e depois não sei.
Hoje terminei de ler “Macaco” e decidi me dedicar a leitura em castellano. Ia comprar um livro, mas Möritz me vai emprestar o Xamã, de Noah Gordon,em castellano, um dos livros que trouxe. Achei ótimo, já que já li “O físico”, livro anterior a esse.
Fomos à praia só no final da tarde. O sol aqui é muito forte, então esperamos o sol baixar para irmos. Encontramos algumas pessoas que já estavam lá, e às 7 horas teve início em uma tenda da praia uma sessão de música eletrônica. Ficamos sentados na areia, ouvindo música e conversando. Encontramos mais conhecidos do Martin, também do couchsurfing, e os convidamos para o “asado” que ia rolar aqui em casa.
O churrasco uruguaio é parrilla. Temos uma parrilla aqui e decidimos fazer à noite, e mais de 20 pessoas compareceram (chegaram amigos de uma das meninas que estava aqui, mais os couchsurfers de Montevideo que estão em hostel aqui). No final da noite um dos convidados, que havia trazido o violão, começou a tocar, e Wolfgang, que sabia que eu canto, me chamou pra cantar. O difícil era ter uma música que eu soubesse cantar e ele tocar, pensava eu. No final das contas, tanto ele quanto a maioria dos outros sabia cantar algumas músicas dos tribalistas. Cantei algumas, depois eles cantaram algumas uruguaias e saímos para a rua.
Eram 3 da manhã quando saímos para pular carnaval. A rua principal, lotada de gente dançando, foi nosso destino óbvio. A principal foi fechada para o carnaval, e bares e casas colocavam música alta, e as pessoas ficavam dançando na rua mesmo.
Eu fiquei até as 6 da manhã, quando meu cansaço me obrigou a voltar. Alguns já tinham vindo embora antes, e outros ficaram. Eu vim e dormi como um anjo.

A casa que alugamos

Octagonal







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