Dia18/03/11
Dia 25- Buenos Aires
Sexta-feira
Normalmente não tenho pressa para conhecer as cidades aonde vou, e Buenos Aires não foi diferente.
Acordei, enrolei na cama, li meu livro, atualizei o blog e coloquei roupa pra lavar.
A máquina de lavar roupa foi, a meu ver, uma das invenções mais revolucionárias dos tempos modernos, sobretudo para as mulheres. Não nasci na época em que se lavava roupa no rio, felizmente, e desde sempre contei com a comodidade de ter numa área de serviço na própria casa uma máquina que fazia todo o serviço para mim com o apertar de um botão. Simples assim:
1- Selecionar as roupas a serem lavadas (essa parte demorei um pouco a aprender, o que, no passado, me rendeu alguns pares de meias rosadas).
2- Colocá-las na máquina de maneira que esta não fique entupida de roupa
3- Colocar o sabão em pó no compartimento apropriado
4- Apertar o botão
5- Esperar o tempo indicado, retirar a roupa lavada, cheirosa e centrifugada.
Esse tempo já passou.
Utilizar a máquina de lavar de outras pessoas pode não ser tão simples assim. A máquina me foi oferecida, e claro que aceitei.
“Hay que tener um poco de intuición.” Essas foram as palavras de Carlos na noite anterior, ao me oferecer a máquina. Eu logo vi que ia dar merda (com o perdão da palavra, mas “logo vi que não ia dar certo” não teria o mesmo impacto).
Carlos saíra de manhã cedo pra trabalhar e ao me animar pra pôr a roupa pra lavar eu segui suas instruções a fim de ter êxito na minha empreitada. Não tive.
A máquina de lavar de Carlos devia estar de TPM. Era impossível simplesmente “apertar”o botão, já que o botão era de girar. Aí que entrava a parte da intuição.
“- Tienes que escuchar “tuc” y después “tuc” y ya está.”
Mas não estava porcaria nenhuma. Ouvi un montón de “tucs”e nada.
Como sou uma pessoa de sorte, estava em casa uma das moradoras, Ana, quem, vendo meu insucesso, e tendo já a manha dos “tucs” colocou a bixinha pra funcionar.
Eu não tinha decidido ficar em casa, só sairia para ir ao Banco do Brasil, que em Buenos Aires fecha às 15 horas. Esperei em torno de uma hora e meia e fui tirar a roupa da máquina, para pendurá-la antes de sair. Fui até a cozinha (onde fica a máquina), abri a porta da máquina e...
SHUÁ!
A máquina tinha parado, mas ainda estava com água, e como , tola que sou, assumi que a bendita faria todo o seu trabalho, abri a porta sem hesitar. Consegui fechei a porta a tempo de não inundar o chão da cozinha mas não consegui, de jeito nenhum fazê-la voltar a funcionar.
Já passavam das duas horas e eu tinha que sair. De repente veio todo aquele stress de planejar o tempo de viagem antes que o banco fechasse, pois era sexta e eu não tinha grana o suficiente para o fim de semana.
Saí e peguei o subte (rrâneo) até a estação Bolívar. Saí na rua e dei de cara com a casa rosada!
“Mira vos...”, pensei. Sem querer vim parar bem na Plaza de Mayo.
Tá, mas não tenho tempo. Tenho que me apressar. Cadê essa rua San Martín? Peraí, pra que lado que é? Esse mapa maldito que não me ajuda nada! Porquediaboseunãonascihomem?
Eu andava de shorts e chinelo no meio do que me pareceu ser o centro financeiro de Bs As. Me Cheguei ao número indicado e não tem nada de slogan do BB. Caramba, cadê? São 5 pras 3. Por que diabos o banco fecha às 3 e não às 4?
Tá. Cheguei na recepção do prédio e o Banco do Brasil era no segundo andar. Mas tinha que fazer o cadastro pra entrar no prédio.
Cheguei no Banco do Brasil às 14:58. Vi um caixa eletrônico disponível. Mas o saque não estava.
Um funcionário do banco me deu um folheto com todas as informações de como fazer o saque. Disse que no banco só se pode fazer movimentações, mas que saques são mesmo nos caixas eletrônicos dos bancos argentinos.
Antes de soltar um “que mierda” para mim mesma, voltei ao caixa do BB e transferi o dinheiro da poupança pra conta corrente. A correria não foi em vão.
Saí do banco e passei num caixa onde só consegui sacar 320 pesos (não sei por que, porque a funcionária disse que eu poderia sacar duas vezes mil pesos por dia (duas vezes porque a cada vez o banco cobra uma taxa de 16 e tantos pesos). Só consegui sacar isso e dei dinheiro de presente ao banco.
Como estava no centro, dei uma caminhada pelas ruas, tirei umas fotos, mas não quis me demorar por dois motivos: estava com dinheiro vivo e a máquina estava com roupa e água parada.
Voltei pra casa e quando Carlos chegou lhe pedi que me ajudasse com a máquina. Num instante colocou a bixinha pra funcionar e eu pendurei minhas roupas debaixo de um céu claro com uma lua aparecida.
Mais tarde naquela noite foram uns amigos de Carlos até em casa e fizemos (sim, eu ajudei) Guacamole e pedimos umas empanadas.
Luciana(CS), Horácio, Carlos (CS-meu host querido), ? Javier (CS), Diego e Julieta (CS) |
Durante a noite percebi que meu espanhol tá bacana, pois além de já ter sonhado em espanhol, consigo também entender (quase sempre) quando se usa algum tipo de ironia ou coisa do tipo.
Nessa noite conversei bastante com pessoas que já estiveram na Patagônia e anotei lugares e dicas que me vão ser muito úteis.
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