Dia 8
Valizas
Estado: Ótima, garganta 99,9%
“Numa relax, numa tranqüila, numa boa...”
Definitivamente estou de férias.
Hoje meu dia foi de puro descanso. Acordei às 9, tomei café aqui no hostel (Pão com grãos quentinho, com geléia (sim, eu comi geléia) e café com leite (sim, eu tomei café).
Acho que vou me abrir a novos sabores durante essa viagem, por dois motivos simples:
1- É importante experimentar coisas novas, principalmente no contexto em que me encontro
2- Se o hostel não serve leite com chocolate, vou tomar café com leite mesmo. É uma questão de economia
E surge a importante questão da economia.
Eu nunca fiz um mochilão desse tipo antes, então obviamente várias coisas eu vou aprender errando. Por exemplo: provar pratos típicos do país onde me encontro pode ser muito mais caro do que fazer a minha própria comida. Parece óbvio? E é óbvio mesmo, mas transformar o óbvio em claro demora um tempo.
Hoje ficou claro.
Eu não fiz orçamento algum pra essa viagem. Inicialmente tinha a idéia de vir com 12 mil reais, o que, ao final de fevereiro, não foi possível (não tinha contado com o investimento em netbook, câmera fotográfica e seguro-saúde, coisas essas que me custaram cerca de 1500 reais, gastos, no entanto, com prazer).
De qualquer maneira, algum dinheiro tenho, e vou até o México, ou até onde o dinheiro durar.
Já é hora, no entanto, de eu ter um planejamento financeiro efetivo.
Eu já havia criado o hábito, desde semestre passado, de manter registro de todos meus gastos. TODOS mesmo. (Inicialmente anotava tudo em um caderninho, e ao final do mês fazia um balanço. Depois da melhor compra da minha vida (meu Ipod), baixei um aplicativo chamado “expenses” onde coloco diariamente meus gastos, em categoria, e o aplicativo já faz o balanço semanal e mensal).
Assim, já havia registrado o que gastei nos meus dias em Porto Alegre, e agora venho registrando o que gastei aqui. Fiz o balanço pela manhã e percebi que há uma diferença de 100 pesos (quase 10 reais), que de certo foi de alguma refeição que esqueci de anotar.
Não tem erro. Aqui eu gasto só com comida. Não há museus ou coisa do tipo, não fiz cavalgadas pelas dunas, então, além do albergue, gasto mesmo com comida.
Aí me caiu a ficha: Embora eu não esteja comendo muito (faço três boas refeições por dia, o que vai de encontro ao método da Meta Real), até o almoço de hoje não havia cozinhado, embora ambos albergues tenham cozinhas, justamente para reduzir os gastos com comida.
Pensei a respeito e decidi, então, fazer minhas refeições aqui no albergue. Isso levantou a questão de eu estar viajando solita. A mesma questão de morar solita: não dá vontade de cozinhar para mim mesma. Além disso, o fato de eu estar itinerante faz com que a compra de comida seja idealmente de porções únicas, que não sobrem, ou que possam ser consumidas nos dias em que eu esteja parada.
Hoje, então, fui ao armazém a fim de comprar comida para meu almoço. Aqui não há muitas opções, não tinha nem miojo, o que me cortou as pernas. Antes de sair do albergue havia feito os cálculos de quanto eu idealmente tenho pra gastar em comida por dia sem ter que tirar mais dinheiro. Troquei mil reais ao entrar no Uruguai e tenho que pagar o aluguel da casa de La Pedrera, onde passo o carnaval. A casa não foi a opção mais barata, mas foi uma escolha consciente, pois acredito que valerá a pena.
O cálculo que eu fizera, descontado o dinheiro do aluguel e do ônibus até Montevideo, e de Montevideo a Colonia, me deixou com uma média de 130 pesos para serem gastos por dia (cerca de R$ 11,80). Eu estava gastando em média 160 pesos só no almoço, então vi que era hora de me adaptar.
Entendam, ó almas desesperadas: Não estou passando fome! Estou comendo bem, estou saudável e tudo o mais. Além disso, tenho dinheiro de sobra na conta, mas aqui não há caixas eletrônicos, por isso a necessidade de fazer o dinheiro render até Montevideo, compreendem?
Por sorte continuo não bebendo álcool, e por ora vou cortar a coca cola. A economia vai ser uma grande aliada de uma dieta saudável, a meu ver.
Pois bem... Comprei no armazém um pacote de capeletti, uma lata de ervilha, cenoura e palmito picados, e 70 gramas de muzzarela. Sal e queijo ralado já havia no albergue, pra uso comum, e meu almoço foi bom. Eu não gosto nem um pouco de ervilha, mas eu já superei. Tenho na mochila uvas passas, castanhas do Pará e bolachas integrais, além de ades de abacaxi e água (o que me bastará pro jantar).
Sobrou bastante capeletti, que comerei no almoço de amanhã, com algum legume que comprarei na venda (no armazém as verduras e legumes frescos estavam horrosos). Preciso também de mais frutas.
Hoje excedi 7 pesos (6 centavos) da minha cota porque comprei um alfajor caseiro, de 20 pesos, depois do meu cochilo da tarde. I think I’m good J
O que fiz hoje? Pela manhã choveu, então fiquei deitada num sofá na varanda lendo meu livro, depois dormi, almocei, voltei pro livro, levantei, usei a internet e agora estou aqui.
Pouco antes do banho um casal de argentinos me convidou pra tomar mate com eles. Simpatiquíssimos, um biólogo e uma fisioterapeuta (pegaram, Maíra e Elis? What are the odds?). Me falaram sobre a Argentina e eu, felizmente, me faço entender bem em espanhol. J
À propósito: Aqui vem muito Argentino! E ô povo bonito, viu? Quero nem ver a hora que chegar a Buenos Aires. Ainda estou indecisa se os mais bonitos são os uruguaios ou os argentinos. Talvez não importe muito.
Buenas
Julia
Juuuuuuuuuuuu... estou lendo seu blog todos os dias, acompanhando interessadíssima!!!!
ResponderExcluirVê se come direito, hein, menina!!!! =D
Saudade...
ebaa
ResponderExcluirta legal, pode deixar