Meu destino desfocado

Meu destino desfocado
América Latina

quinta-feira, 17 de março de 2011

despedida de Montevidéu


Dia 19
Segunda, 14/03/2011

Quisera eu estar completamente sossegada no dia da minha partida de Montevidéu. Ao invés disso, a correria que foi sair de La Pedrera na hora (tudo devido a um WOK de arroz e vegetais que demorou pra sair) me fez deixar na casa minhas sapatilhas pretas.
No Zeca não veio muito sapato. Como postado anteriormente, eu trouxe um par de botas, um de tênis, um de chinelos (não Havaianas!) e as minhas amadas sapatilhas pretas.
Financeiramente elas  quase não tem valor. Um par dessas me custou 15 reais. No entanto, para quem não veio acompanhada de seu armário, elas têm um valor inestimável.
Então me encontrei no sábado a noite, quando pensava em sair pra dançar salsa, procurando as tais sapatilhas no Zeca. Eu, organizada que estou, sabia exatamente onde elas deveriam estar, mas... não estavam. Me lembrei, então, que quando desci em Montevidéu vi que o compartimento de sapatos estava com o zíper aberto. Pensei que me tinham roubado as benditas. Comentei com Pablo e ele achou bem estranho alguém roubar um par de sapatilhas, e, sinceramente, eu também.
Como na minha vida mesmo quando as coisas dão erradas, dão certo, em La Pedrera ficou Martin, alemão/uruguaio, meu contato do CS. Mandei uma mensagem a ele perguntando se por ventura eu as tinhas esquecido lá. Felizmente meu alemão não tá tão ruim quanto eu pensei, e não só eu recebi a confirmação de que lá estavam, como marquei de encontrá-lo em Montevidéu para buscá-las. Ele voltaria no domingo às 11 da noite, e eu sairia na segunda, sem horário determinado.
Domingo à noite eu estava sem nenhuma disposição para sair de casa, depois do filme e do jantar. Liguei pra ele à 1 da manhã (ele me dissera que ligasse a hora que bem entendesse), e marcamos um local de encontro na manhã seguinte.
Antes de dormir resolvi sair de Montevidéu por volta das 14, já que tinha que pegar o ônibus de Colônia até a fazenda onde eu me hospedaria às 18:30. De Montevidéu a Colônia são pouco mais de duas horas de estrada.
Acordei, arrumei minhas coisas e fui buscar  minhas sapatilhas. Eu não sabia pegar ônibus em Montevidéu, até tinha um mapa com informações dos ônibus, mas mapas nem sempre são meus amigos, então resolvi ir andando. Claro que igualmente precisei de um mapa pra ir andando, e claro que me perdi (já falei que mapas nunca são meus amigos?). Eu sabia onde tinha que ir, e era relativamente perto. Achei a bendita rua Maldonado e era só seguir em frente até a esquina com a tal da Aquiles Lanza. Só que tinha uma Boulevard España no meio do caminho, que simplesmente fez com que a Maldonado desaparecesse!! No meu mapa ela estava ali, lindona, retinha, certinha, mas na realidade, meu amigo, sumiu!
Já eram 5 pras 13 e eu tinha marcado com o Martin às 13, pontualmente. Se eu já bem sei que alemães são pontuais, eu tinha a intenção de chegar com antecedência, porque, cá entre nós, M. é bem malinha, e não tava afim de ouvir nada. Então segui caminhando numa rua que era mão, na esperança de encontrar um taxi. Encontrei vários. Todos cheios.
Segui caminhando, até que enfim encontrei um taxista parado. Lhe perguntei se estava livre, ao que disse que estava, mas que pretendia sair pra comer. Perguntei se poderia me levar, disse que estava perto. Ele aceitou, eu entrei, fechei a porta, e em menos de 10 segundos abri a porta e saí do taxi.
O diálogo:
- Buenas tardes, señor. Maldonado esquina Aquiles Lanza
- Como?
- Maldonado esquina Aquiles Lanza.
- Pero, nena! Aquiles Lanza está a una cuadra!
Saí do taxi e me apressei. Já eram 13:10. Eu saíra de casa às 12:23, caramba. Ainda por cima estava andando de bota e a bota machucava meu pé.
Vi Martin de longe e, antes de mais nada, pedi desculpas pelo atraso. Ele disse “no pasa nada”, agradeci imensamente ter feito esse favor pra mim, e fui pra casa de taxi, num que milagrosamente passou vazio.
Quando cheguei Efuka estava na sala tomando uma cervejinha. Como estou perdendo minha geminianidade, Zeca estava fechadinho, pronto pra sair. Efuka me acompanhou até o ponto de ônibus, me informou o ônibus que tinha que pegar e me despedi da capital uruguaia num início de tarde fresca de segunda feira.

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