Meu destino desfocado

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América Latina

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Post atrasado- Torres del Paine

Há algum tempo pensei em escrever o que aconteceu comigo em Torres del Paine, na manhã que descia a montanha para pegar o ônibus de volta a Puerto Natales.

A descida foi menos pior, mas, para mim, quase tão difícil quanto a subida, por conta do joelho machucado.


Fazia muito vento naquela manhã. Ventara toda a noite, e Mathieu e eu acordamos algumas vezes assustados e preocupados, pensando que a carpa desmontaria ou coisa do tipo. Felizmente com a nossa nada aconteceu, mas nas noites que se seguiram, segundo relatos, várias barracas quebraram.

O vento aumentava ainda mais a dificuldade de caminhar, e agravava o meu medo. Em alguns trechos da montanha o vento atirava meu corpo de um lado pro outro, e em determinado ponto tive que parar, porque eu tinha apenas um caminho estreito por onde caminhar, e abaixo, o abismo.
Soube depois que saí do parque que um guia caiu naquele mesmo dia.
Eu, naquele ponto crítico, tive que sentar no chão, protegida por uma rocha, para que o vento não me levasse, até o vento diminuir e eu me sentir segura para seguir caminhando.

Porque minha vó Marina reza por mim toda noite, e pede a todos os santos proteção, pede à Virgem que me cubra com seu manto e convoca todos os anjos da guarda para me acompanharem, nada aconteceu.

Um minuto depois daquela travessia senti um toque e um afago no meu braço.

Eu não sou muito de acreditar nessas coisas, mas naquele momento eu - de verdade- senti que fui tocada por um anjo.

No meu caso, dois. Que me acompanham aonde quer que eu vá.

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