Meu destino desfocado

Meu destino desfocado
América Latina

segunda-feira, 23 de maio de 2011

A volta a Cusco


 
Resolvemos dormir em Águas Calientes porque não queríamos pegar o trem até Ollantaytambo, íamos buscar uma opção mais barata e diferente da nossa ida.
Almoçamos tarde e às 6 da tarde fomos fazer uma siesta- que durou até as 7 da manhã do dia seguinte. Os 3 acordaram às 2 da manhã, mas como não teríamos nada que fazer na cidade- nem onde comer-, continuamos a dormir.
Acordamos, tomamos um café da manhã caprichado, e fomos procurar alternativas baratas para sair de Águas Calientes. Optamos por tomar um trem até a hidrelétrica (12 soles) e de lá ir até Santa Tereza (10 soles), e só então de Santa Tereza a Ollantaytambo (20 soles). O trem nos custaria 35 dólares (96 soles). Tenho minhas dúvidas se não teria sido uma opção melhor.
Saímos de Águas Calientes ao 12:30 e só chegamos a Ollantaytambo às 7:30. A viagem de trem demoraria uma hora. Certo, a paisagem é linda. O caminho que os ônibus fazem passa por entre as montanhas, e vimos o entardecer da estrada, o que foi lindo. Mas não são, exatamente, ônibus, mas vans, e estava lotada, o que significou uma viagem apertada. Além disso, a estrada não é das melhores, e sobretudo havia trechos em obras. Foi um pouco demorado e desconfortável, e só não digo que valeu a pena pelo incidente em Santa Tereza.
Lembra que eu falei dos peruanos loucos que gritam no seu ouvindo vendendo o que têm? Bom... foi a gente descer da van em Santa Tereza (para almoçar e pegar outra van para Ollanta), que uma mulher parcialmente sem dente veio nos oferecer menu, para almoçar. Estávamos verdes de fome, e a fim de comer algo bom. Nossa idéia era caminhar um pouco pelo vilarejo e pesquisar preços para o almoço. A mulher nos ofereceu o menu a 4 soles. Perguntamos o que havia de menu, e ela disse que poderíamos escolher. Os meninos, que não podem ficar sem sobremesa, perguntaram se havia, e ela disse que sim, por um sol a mais (portanto, menu completo a 5 soles). Ela ficou tanto na nossa orelha e praticamente puxando nosso braço, que não nos deixava pensar, e cedemos.
Os restaurantes que oferecem menu geralmente têm as opções escritas numa lousa. Sentamos e logo veio uma sopa de verduras, e logo um prato com arroz e lentilhas com carne. Ok, a comida não estava ruim, mas a mulher havia dito que nós poderíamos escolher. Quem disse que eu gosto de lentilha? Quem disse que eu como carne, certo?
Os meninos são um mar de calmaria, comem de tudo e estavam felizes. Eu, nem tanto. Não gosto quando prometem uma coisa e dão outra.
Comemos, e como já havíamos antecipado, não tinha sobremesa. Aí os tranqüilos franceses se mudaram de cara. Ok, não tem sobremesa. Pedimos a conta e nos cobraram 5 cada um (quando nos haviam dito que o menu sem sobremesa era 4 soles).
Eu coloquei 4 soles, falei pros meninos colocarem 4 também,  e a garçonete foi falar pra cozinheira que a gente não queria pagar. Expliquei  que tinham nos vendido o menu sem sobremesa por 4 soles, então que ou nos davam sobremesa, ou pagávamos 5 soles. A cozinheira saiu toda afetada, falando que a mulher que nos acolheu na rua não trabalhava pra ela (o que não faz sentido algum), e que a gente tinha que pagar 5 soles, pois tínhamos comido bem. Eu fiquei tão puta da vida, que coloquei 4 soles e saí andando. Alexis, tranqüilo como um deserto, pagou o que faltava da minha parte, sem dar razão para a mulher.
A mesma mulher que nos havia levado àquele restaurante tinha dito que enquanto comíamos ia chamar uma van que nos levaria a Ollantaytambo por 15 soles. Quando saímos, nem quis olhar pra cara da mulher, de tão irritada que eu estava (observem que não era pelo dinheiro (que não chegava a 60 centavos de real), mas pela mentira. Mentira essa que se repetiu na van, que nos custou 20, não 15 soles. Foi uma confusão imensa, porque havia uma outra mulher vendendo as passagens, e ela falou que era 20 pra gente, mas que quem tava dentro tinha pagado 30, e que não devíamos comentar que pagaríamos menos. Aí o Vincent foi perguntar quanto tinham pagado... Ai, foi uma confusão que dá até preguiça de escrever. Fato foi que não tínhamos outra alternativa, e tivemos que pagar 20 soles.
A idéia era chegar em Ollantaytambo e tomar outra van a Cusco, pois não queríamos perder uma noite em Ollanta. Por que tínhamos que ir até lá e não direto a Cusco (que seria uma opção)? Porque os meninos haviam deixado malas no hostel, pois haviam comprado presentes e tinham muitas coisas que não precisavam levar a Machu Picchu.
Aconteceu algo inacreditável quando chegamos a Ollanta: O hostel estava fechado!
Pois é... fechado, portas trancadas, luzes apagadas. Tocamos a campainha, batemos na porta, perguntamos aos vizinhos e nada...
Decidimos, então, por falta de opção, tomar uma cerveja e esperar para ver se era algo rápido, sei lá. A espera nos deu a oportunidade de conhecer um bar super descolado bem em frente ao hostel, que tinha passado desapercebido.
Ficamos um tempo no bar, mas quando saimos o hostel continuava fechado, então o jeito foi dormir em um outro e esperar até a manhã seguinte

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