Meu destino desfocado

Meu destino desfocado
América Latina

sábado, 21 de maio de 2011

Arequipa e o engano do ônibus

Eu as vezes nao sei o que passa na minha cabeca.
Cheguei a Arequipa, fui dormir, e quando acordei fui tomar cafe com os meninos. Eles ja haviam comprado a passagem de onibus pra ir conhecer o Canyon de Colca, e eu queria ir com eles. Assim, fui ao terminal com antecipacao pra comprar a passagem. Chegando no terminal (sem os meninos, que ficaram no centro), me perguntei "qual será a cidade de destino?"
Escolhi entre as muitas empresas de onibus, e pedi uma passagem para o Cayon (era toda a informacao que eu tinha, boluda que soy). A mulher me perguntou se eu iria pra Chivay ou pra Cabanaconde. Eu respondi que pra Chivay.
Os meninos chegaram no terminal para o onibus das 2 horas. Quando eu fui comprar ja nao tinha pras duas, só paras as 4:45, e tudo bem, estava na metade do meu livro. Acontece que quando os meninos chegaram no terminal, me perguntaram pra onde eu tinha comprado.  "Chivay", disse. E eles: "Ah, mas nós vamos pra Cabanaconde!".
Tentei trocar a passagem, mas já estava esgotado, ou eu teria que esperar até 12:30 pra ir direto pra Cabanaconde. Perguntei pra locais se era possível tomar um outro ônibus de Chivay a Cabanaconde, e me disseram que sim, então minha idéia era tomar o onibus das 4:45 a Chivay e de lá seguir a Cabanaconde. Por via das dúvidas, marquei com os meninos no terminal de ônibus de Cabanaconde às 6 da manhã seguinte, pra irmos fazer trekking juntos.
A realidade, no entanto, foi um pouco diferente.
Eu até agora não tomei nenhum ônibus no Peru que não tivesse menos de meia hora de atraso. Aquele, o segundo que tomei no Peru, nao foi diferente: Saímos do terminal de Arequipa com mais de uma hora de atraso, e aquilo mudou tudo. Quando cheguei em Chivay já passava das 9 e meia da noite, e já nao havia onibus pra Cabanaconde. Ir de taxi sairia mais de 100 soles, então resolvi dormir em Chivay, e na manhã seguinte pegar  ônibus das 4 da manhã, que estaria em Cabana às 5:30 da manhã. Estaria. Se não tivesse chovido e nevado na serra.
A chuva e a neve atrasaram TODOS os ônibus que vinham de Arequipa, e apesar de eu estar no terminal desde as 3:45 da manhã, só saí depois das 9 e meia. Não tinha como eu avisar os meninos, então eu só fiquei mandando mensagens telepáticas: "Não me esperem muito, não me esperem muito..."
Saí de Chivay no ônibus que deveria ter chegado as 4 e só cheguei a Cabana depois das 11, depois de quase 6 horas esperando no frio do terminal e uma hora e meia de viagem de pé (pois não tinha mais lugar).
Cheguei obviamente exausta, fui prum albergue com duas australianas que conheci no ônibus e dormi horas até recuperar minha energia. Acordei, almocei e voltei a dormir.
À noite jantamos no albergue e conheci um outro francês, Alex, que falou do trekking que havia feito. Era um trekking pelas montanhas, que durava de 5 a 6 horas, e terminava num Oasis perto no Canion.  Eu estava afim de fazer o trekking, mas não tinha coragem de ir sozinha e as australianas iriam direto ao Oasis, por uma outra rota.
Graças à simpatia de Jamil, o dono do albergue, e seu Colca Sour de cortesia, eu mudei meus planos.
Na janta eu  comi uma omelete com vegetais, e depois tomei um colca sour, uma drink de Pisco (a bebida nacionaal), folha de cacto e limão. Foi uma dose, nada mais. Mas quando deitei pra dormir, as 9:30 da noite, tudo rodava, e não consegui dormir antes de regurgitar. Provavelmente foi o alho da omelete que não me fez bem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário