Meu destino desfocado

Meu destino desfocado
América Latina

sábado, 28 de maio de 2011

Dia do fico

"Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto! Digam ao povo que fico"

Tá, capaz que não seja pra felicidade geral da Nação (e menos ainda da família que tem saudades de mim), nem para o bem de todos, mas é para o meu bem, então fico.

A confusão na fronteira Peru/Bolívia me obrigou a adiar minha ida àquele país onde já faz um frio absurdo e pra onde eu não querida demorar pra ir, pois nem chegou o inverno e já faz -pasmem- MENOS 15 graus. Imagine minha disposição pra passar frio, sendo que nem uma calça eu tenho...

Depois de meditações, reflexões e conversas, decidi continuar minha viagem, e aí as coisas começaram a acontecer. Eu não posso ir pra Bolívia e não quero continuar subindo o Peru sem antes ir pra lá, então, basicamente, tenho que esperar a reabertura da fronteira aqui em Cuzco- que é uma cidade linda, por sinal. Acontece que eu não queria ficar aqui simplesmente gastando dinheiro, então pedi trabalho voluntário em troca de comida e hospedagem no albergue Pariwana, onde estava hospedada. Pra essa semana eles não tinham necessidade, pois já tinham 3 ou 4 pessoas trabalhando nesse esquema. Mas não desisti.
Rachel, uma americana que conheci em Chiloé e reencontrei em Valparaíso estava aqui em Cuzco. Nos falamos por facebook e ela pediu que eu fosse vê-la em seu albergue, porque estava doentinha. Fui até seu albergue e pedi para chamá-la. Enquanto esperava na recepção, vi um flyer sobre a mesa, onde estava escrito que eram aceitos voluntários. Falei com Violeta, a pessoa responsável, e a primeira coisa que ela perguntou foi se eu falava inglês. Como eu tinha que mostrar o que eu tinha a oferecer, respondi: "inglês, português, espanhol e alemão". Ela ficou com cara de admirada, sorriu e disse que eu podia começar no dia seguinte.

O trato é trabalhar das 5 as 10 no bar do hostel. Nunca trabalhei em bar na minha vida, mal sei fazer uma caipirinha, mas tenho toda capacidade pra aprender. Ricardo, o responsável pelo bar, me ensinou tudo- desde acender as luzes, ligar a TV e colocar música, até como servir. Ontem foi meu primeiro dia, e felizmente (pra mim) não havia muito movimento.
Saí as 10, descansei um pouco e depois sai com as meninas que trabalham no hostel. Fomos encontrar Rachel, Hannah e Amber, que estavam desde as 9 num clube de salsa.
Entrei na balada e as aulas de salsa estavam chegando ao fim- e a galera já estava dançando loucamente. Naquele momento, como em cena de filme, tive um momento só meu e me veio uma certeza de que eu estou no lugar certo.

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