Meu destino desfocado

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América Latina

domingo, 8 de maio de 2011

Santiago

Estou meio atrasada nos posts, mas juro que é por um bom motivo.
Saí de Valparaíso rumo a Santiago, onde na rodoviária encontrei Mathieu (ele me esperava pois chegara 20 minutos antes de mim e sabia a que horas eu chegaria). Fomos pro albergue Moai Viajero, recomendado pelos nossos camaradas holandeses e até agora o melhor albergue onde eu já me hospedei.
Chegamos no meio da tarde de domingo, 1 de maio. Saímos do metrô e vimos a polícia de choque por toda a avenida onde andamos para chegar no albergue. O primeiro impulso foi pensar "meu Deus, Santiago tá em guerra", mas logo concluí que a tropa de choque só estava nas ruas para fazer a segurança durante a passeata dos trabalhadores (domingo, 1 de maio, dia do trabalho).
Saí com Mathieu para almoçar e caminhamos por algumas quadras, tiramos algumas fotos e fomos pro Cerro Santa Lucía, morro que é  o marco inicial da cidade e de onde supostamente se tem uma vista linda. Eu não me impressionei.
Correndo o risco de parecer pedante, afirmo que ter uma vista de uma capital não é lá essas coisas. Edifícios altos é o que há. Isso eu já tô mais que acostumada a ver na minha querida terra da garoa. Santiago é rodeada, sim, pelos andes, o  que teoricamente renderia uma vista incrível, mas a poluição diminui consideravalmente a visibilidade, então não cheguei a ponto de me impressionar.
O morro Santa Lucía é um lugar agradável. Tem um parque e uns bancos pra descansar e passar o tempo. Mathieu fez a siesta deitado na grama e eu fiquei lendo meu livro deitada num banco. A temperatura estava  super agradável e ficamos ali durante pelo menos uma hora.
Fiquei muito feliz de reencontrar meu hermanito francés. Ele definitivamente é uma pessoa especial e é muito agradável estar com ele. Infelizmente Santiago foi a última cidade que conheceremos juntos  (provavelmente), pois ele vai pro norte da Argentina e eu vou continuar subindo o Chile e depois vou ao Peru.
eu, Mathieu e atrás da cabeça dele (e da poluição), os Andes

A noite tivemos um reencontro (ou re-re-reencontro) com os holandeses, que voltaram a Santiago e foram ao mesmo hostel em que estávamos. Eu
No dia seguinte eu estava decidida e resolver minha vida. Fui a Santiago especificamente para ir na agência do Banco do Brasil e transferir meu dinheiro da poupança pra conta corrente, já que eu estava tendo problemas pra sacar com o meu cartão e estava usando o cartão de crédito da minha mamãe. Como meus pais não patrocinam meu ano sabático, queria transferir dinheiro pra minha mãe e já deixar uma quantia na conca corrente pra ir transferindo à medida que vou gastando.
Além da questão do banco, eu queria levar minha máquina pro conserto. Busquei na internet um local onde se consertava e saí naquela segunda-feira morna pra arrumar minha vida.
Depois de perder quase uma hora indo de farmácia em farmácia em busca do Yaz, finalmente deixei minha câmera com Herr Hans Müller, o técnido de câmeras. Já passava da uma da tarde e eu iria buscar a câmera às 5.
Peguei o metrô  (excelente, por sinal), rumo à estação El Gold, onde está localizado o BB. Desci do metrô e a numeração que havia pegado no site do Banco não estava correta. Vi, então, uma agência dos  correios, e como já prevera, fui mandar as pantufinhas pro Renan. Fiquei mais de 40 minutos na fila e a atendente me aconselhou a colocar as pantufas num envelope, pois na caixa sairia 9 vezes mais caro. Saí, então, a uma papelaria, voltei, enviei as pantufas (que chegarão no meu apartamento em Sampa, onde a Maíra vai fazer um embrulho bonitinho), e me informei sobre a localização do Banco do Brasil.
Pra minha surpresa, diferente de Buenos Aires, a agência em Santiago tem um prédio só pra ela, uma entrada grande, igualzinha no Brasil. O que não é igual ao Brasil é a carga horária.
Cheguei às 14:09 na porta do banco. A agência fecha às 14:00.
Sendo uma pessoa controlada, não me atirei debaixo de um ônibus. Ao invés disso, caminhei pela avenida, tentando me acalmar, e quando me deu fome fui comer- um salmão que fez o resto do trabalho.
Saí do restaurante calma, mas desanimada. Estava sem máquina, sem muito tempo pra ver outras partes de Santiago porque tinha que buscá-la e ainda por cima com a moral afetada por conta do banco. Sentei-me num banco debaixo de uma sombra na mesma avenida e por duas horas continuei lendo Cem Anos de Solidão (que é muito interessante, como podem imaginar).
Peguei o metrô de volta ao centro, busquei minha máquina, que não tem conserto e voltei pro hostel.
O problema com a minha máquina é a iluminação da tela. Eu bato as fotos, mas não sei o que fotografo. Essa é uma questão que me desanima muito, considerando que paguei 400 reais numa Sony w350 especificamente para viajar e com menos de 2 meses de uso ela me apronta uma dessas. Vou ver se dou um jeito.

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