Valizas, Uruguai
Situaçao: Sem til no teclado (computador do hostel). Bem disposta e animada, garganta abrindo, gripe se foi.
Como é de se imaginar, ainda ñ estou totalmente curada da amigdalite, mas sinto que ela vai me deixar jajá. Hoje acordei melhor, com a garganta mais aberta, e já consegui conversar bem.
Na noite passada, como esperado, saí com B., a artesa uruguaia que estava dividindo quarto comigo. Ela alugou um "rancho", ou uma cabana de praia, de duas brasileiras amigas dela, e vai ficar por lá até o carnaval. À noite fui com ela levar suas coisas, e fiquei encantada. A cabana está na areia, ñ tem eletricidade, é bem simples mas muito aconchegante. Ficamos conversando lá por algum tempo, e, como é de se esperar numa conversa de duas mulheres (ainda mais da nossa idade), caímos sobre o tema "homem". Juro que ñ fui eu quem começou.
Já que resolveu se abrir e falar de suas desventuras como solteira, resolvi fazer uma pergunta que talvez eu leve adiante em todo país por onde eu passar¨
"Como sao os homens uruguaios?"
Sua resposta: Son nabos.
Bom... Obviamente que eu ñ tinha nem idéia do que aquilo significava. Mas a expressao facial e o tom que usou, aliados a palavra que em espanhol também deve ser um vegetal, me deixou claro de que aquilo ñ era exatamente um elogio.
Perguntei o que significava, e ela disse que sao uns tarados. E ñ no bom sentido (e é óbvio que alguns podem levar isso pro bom sentido).
Fomos até a praia, andando num escuro quase total, e de olhar pro céu fiquei extasiada com o que vi. Claro que já tinha visto o céu antes, mas dava pra ver com clareza as diferentes cores que o céu apresenta tarde da noite, com trocentas estrelas e a via láctea deitada ali, tranquila, querendo ser notada.
Depois fomos à mesma casa de empana que eu tinha ido na noite anterior, comemos, demos uma volta na cidade e como tinha esfriado bastante, resolvi voltar pra ñ pegar sereno. Ela foi pro rancho e eu vim dormir.
Dormi muito bem e acordei cedo, as 8 (9 daqui), bem disposta e com bom humor. Já havia decidido ñ ir à praia por causa do sol forte, entao levantei, comi a metade da empanada de doce de leite que havia sobrado da noite anterior, uma maça Y la leche (eu eu ainda acho graça em espanhol leite ser feminino e água, masculino, mas estou me acostumando). Tomei meu café tranquila, fui usar a internet e conversei com a Carolzinha e Gastón, um CS de Montevideo que está em Porto Alegre eestará por esses lados amanha. Ele perguntou meus planos pra essa semana, e eu disse que iria a Punta del Este amanha e depois pra La Pedrera, pro carnaval.
Aparentemente a decisao de alugar uma casa no carnaval em La Pedrera foi corretíssima (o que vai ser confirmado quando eu estiver lá). A todos que falei que vou pra lá me disseram que a cidade é fantástica e que lá se celebra o melhor carnaval do Uruguai. B. adiantou que é muito cheio, o que é de se esperar.
Catarina |
G. disse que ñ aconselharia a ninguém ir a Punta del Este. Diz que nos demais países é o que as pessoas mais falam do Uruguai, mas no final das contas, é uma cidade cheia de hotéis 5 estrelas e cassinos aonde a elite argentina, uruguaia e brasileira vai. Ñ exatamente o meu perfil...
Enquanto eu estava deitada numa rede no hostel saiu de um dos quartos uma menina, S., que começou a conversar comigo, falando da cadelinha do hostel, Catarina, e logo fui com a cara dela, porque me disse que meu espanhol é bom (Gracias, profesora Valéria). Ficamos conversando um tempao, G., o iraniano, se juntou a nós e por causa dele (veja bem, por causa dele, e nao por minha causa) ela se botou a falar inglês. Ele jà vivera um ano em Montevideo, mas ela estava falando de astronomia e pediu pra ela trocar o espanhol pelo inglês. Quanto a mim, eu estava entendendo bem.
Bom, o papo todo de astronomia surgiu pela noite linda que estava ontem. S. ficou 3 horas na praia e viu umas 6 estrelas cadentes. Ela soube falar o nome de uma porrada de constelaçao, porque no Uruguai eles têm aula de astronomia na escola (aos 14, 15 anos), o que, segundo ela, dá uma visao de mundo diferente daqueles que nao os têm, jà que para nós, as coisas sao limitadas, quando, de fato, o Universo ñ é.
Guilak e Sofía |
Caímos no papo de religiao, crenças e me dei conta de que achei outras das minhas, pois no que S. acredita, como eu, é no Universo (e a ele dá-se o nome que quiser: divino, Deus, Buda, anjo da guarda, que se yo).
Um pouco mais tarde chegou B., com seu mate (já comentei que os uruguaios andam com o mate pra cima e pra baixo, muito mais do que vi em Porto Alegre?) e se juntou a nossa conversa. A essa hora Guilak, o iraniano cujo nome eu ñ tinha escrito corretamente antes, ainda estava participando e presente. Acontece que las chicas começaram a falar de homem e de casamento (pois S., 25 anos, está se divorciando de um casamento de 5), ñ sobraram muitos elogios à raça masculina, ao que G. se levantou e foi ouvir música.
Fui almoçar num restaurante e comi Chivitos, uma comida típica uruguaia. O meu eu pedi ao prato (hà a opçao no pao tbm). Fico impressionada com o tamanho dos pratos aqui. Até agora ñ me serviram nada em prato normal, redondo. Consiste em filé de alguma coisa grelhado, com presunto e mussarela, e acompanha batata frita, salada e ovo (esse eu dispensei).
Voltei ao albergue, conversei um pouco com as meninas e resolvi descansar. S. Vai a Cabo Polonio hoje, e decidimos ir com ela, andando pelas dunas. Estamos esperando o sol baixar para começar a caminhar. Há várias opçoes de caminho. B., que conhece bem aqui, sabe de um caminho curto que leva 1:30 hora pelas dunas,e é esse que pegaremos.
Descansei e depois fui até o guiché da companhia de ônibus para trocar minha passagem. Eu já havia comprado uma passagem para amanha daqui a Punta del Este, mas depois de conversar com Gaston e o pessoal daqui do Hostel, resolvi ficar por aqui mesmo. Assim, fico aqui até dia 4, quando, entao, pegarei um onibus para La Pedrera. Aqui há várias praias pra conhecer, como Cabo Polonio, Punta del Diablo e La Paloma, entao talvez eu faça alguma delas nos próximos dias. Estou considerando ir até Chui comprar um cabo pra câmera, mas ainda ñ è nada concreto.
Bueno... Por ora é só. Vou pegar meu caderninho de espanhol e fixar algumas coisas da língua que eu peguei enquanto eu espero as meninas, que estao no rancho da B., virem me buscar.
As fotos que coloquei aqui foram tiradas com o Ipod, por isso sao poucas.
Hasta pronto
Julinha
Viiixe, se continuar assim vai ter um livro até o final da viagem (isso se tiver fim neh) haha
ResponderExcluirEstou de tpm e nao tem chocolate em casa, posso brigar com vc por aqui msm? uhaeuhae brincaderinha, vc ta livre dessa por enqt =]
melhoras da amigdalite, bom carnaval e nada de entrar na onda desses uruguaios safados ! haha
bjokas
Maíra
hehehehe... que bom que minhas aulas ajudaram!!!
ResponderExcluirJá estou morrendo de saudade!
Beijocas
Valéria.
nossa, só vi os comentários agora1 pensei que ninguem estava lendo. rsrs
ResponderExcluirmeu espanhol ta melhorando, prof.
Maíra, nessas horas de tpm nao tenho a minima saudade de vc!